Dólar bate recorde e ultrapassa R$ 4. O que isso impactará em sua vida?
Não sei se
todos entendem o que a alta do dólar impacta em nossas vidas, muitos podem
pensar que nada afeta...o que é uma tremenda falta de informação.
A alta do dólar
afeta diretamente o bolso de cada Brasileiro que compra aquele pãozinho
diariamente, pois com o trigo ultrapassando a marca dos R$ 11 milhões.....
Pois bem, criei
um Guia para que todos possamos definitivamente entender o que a alta do dólar
afetará em nossas vidas.....este tipo de assunto sempre me remete a lembranças
das eleições...e aqueles calorosos papos que tinha no facebook a respeito de
quem votar...e tantas, tantas pessoas defendiam o Governo Dilma.
Lembro bem da
minha irmã discutindo comigo sobre isso, e eu sem paciência não queria
"acalorar" mais a discussão....pois bem, agora o fato é consumado,
não precisamos mais exemplificar nosso ponto de vista, todos os Brasileiros
estão sentindo na pele os efeitos de ter votado tão superficialmente, de ter
desperdiçado seu voto.
Não quero
entrar no mérito de que se não fosse a Dilma continuaria a mesma coisa, aqui
não é hora, nem lugar e sim, entendermos definitivamente o que e por que as
decisões do Governo afetam nossas vidas.
Enjoy....
Para algumas
pessoas, a ideia de que variáveis macroeconômicas impactam diretamente sua
vida parece uma ideia distante, pouco realista. Sim, você pode achar
absurdo que a definição dos juros da economia afete o seu dia a
dia (afinal, as taxas que você paga são sempre maiores que a tal SELIC,
não é mesmo?), pode também achar que o dólar é algo que afetará apenas seus planos
futuros de conhecer o Mickey em Orlando, ou ainda, que o crescimento do PIB não
significa muita coisa – afinal, você tem um emprego e consome como antes, não?
Os brasileiros em geral tendem a reconhecer apenas um perigo quando falamos de
índices macro: a velha inflação.
Pois é, todo mundo
sabe dizer como a inflação impacta sua vida. Você vai ao supermercado e lá
está aquela sensação de que a cada dia você compra menos com mais. A
percepção de que algumas variáveis são grandes e complexas demais para de
fato impactarem seu bolso é compreensível. Ainda mais quando vemos na televisão
ou nos jornais inúmeros economistas bradando sobre os benefícios de ter um
dólar mais caro em relação ao real. “A indústria agradece”, eles dizem. “O
setor agrícola vai exportar mais”. “Ficaremos todos mais ricos”.
Possivelmente você
está se perguntando – “como é possível que todos possamos ficar mais ricos
quando nossa moeda vale menos, quando temos um menor poder de compra?”. Não são
raros os economistas preocupados em vender e exportar mais, nem que isso
signifique menos consumo dos cidadãos. A ideia por trás desta teoria é a de que
o dólar elevado e o real desvalorizado servem como um agente para ampliar a
produtividade do país. Em um mundo onde tarifas de importação não podem ser
elevadas livremente por conta de acordos comerciais, o dólar e os impostos
internos serviriam como um protetor da indústria nacional.
E é
justamente neste aspecto do mundo globalizado que o dólar mais impacta a sua
vida. Imagine que uma empresa como a JBS – sim, aquela mesmo daquele ator que
vive pulando de açougue em açougue na televisão – tenha o direito de escolher
entre vender no mercado brasileiro ou exportar com dólar a R$ 4 e ganhar pela
mesma quantidade produzida o dobro do que ganharia vendendo com o dólar a R$ 2.
Parece claro que ela preferirá exportar, reduzindo a quantidade ofertada no
mercado nacional. A consequência? Menos carne
à venda no Brasil sem queda na demanda – ou seja: preços maiores.
Os efeitos do dólar,
entretanto, vão bem além disso. Inúmeros produtos têm seus preços determinados
em dólar, pois possuem características comuns em todos os locais onde são
produzidos e podem ser trocados ao redor do mundo sem grandes problemas. Estes
bens, chamados de commodities, são cotados nas bolsas de valores por
todo mundo – como a Bolsa de Chicago, a Bolsa de Londres ou a Bolsa de
Mercadorias e Futuros no Brasil. Você pode produzir café na Bolívia e vender
pela cotação na bolsa brasileira. Isto significa que o mundo inteiro determina
os preços baseados em fatores alheios à realidade econômica de cada país, mais
centrados na sua capacidade de produzir. Se uma seca atinge a Austrália, por
exemplo, o preço do trigo dispara. Uma menor oferta e a mesma demanda? Eleva-se
o preço.
Dentre os bens e
produtos cotados em dólar que afetam diretamente seu dia a dia, o trigo é
provavelmente o principal. O Brasil produz atualmente 5 milhões de toneladas e
consome 11,5 milhões. Estes 6,5 milhões, portanto, que servem para produzir
pães, massas e biscoitos, são comprados do exterior, em dólar. Uma tonelada
deste trigo hoje é vendida a US$ 250. Agora imagine que 1 dólar esteja cotado a
R$ 2, e depois faça a mesma conta com o dólar a R$ 4 e – voilá! – o preço
dobrou e a quantidade é a mesma. Agora repita esta operação para boa parte dos
alimentos que você consome e o impacto ganha um rosto visível. Depois disso,
lembre-se que o combustível vendido pela Petrobras, e que serve para
transportar qualquer dos bens que você consome, também é cotado em dólar.
A alta do dólar,
porém, não lhe afeta apenas de forma direta. Inúmeros fatores de médio e longo
prazo pesarão no seu bolso. Imagine que você é um empresário e quer ampliar a
sua produtividade. Comprar aquela máquina alemã que produz o dobro na metade do
tempo ficará agora mais caro, talvez inviável. Você certamente terá de repensar
seus custos e, quem sabe, deixar de investir. O mesmo acontece com empresas que
captam dinheiro no exterior. Como já mencionamos antes, o fato dos juros no
exterior serem de 4% ao ano faz com que inúmeras empresas prefiram se endividar
em dólar e investir no Brasil, algo que fica inviável com o real desvalorizado,
pois os custos da dívida crescem. No médio prazo, com milhares de empresas
tomando o mesmo caminho, a produtividade da economia sofre um duro impacto.
Como seu salário está invariavelmente ligado à produtividade, você já deve ter
entendido neste ponto do texto que pagará por essa conta.
Para algumas
pessoas, a ideia de que variáveis macroeconômicas impactam diretamente sua
vida parece uma ideia distante, pouco realista. Sim, você pode achar
absurdo que a definição dos juros da economia afete o seu dia a
dia (afinal, as taxas que você paga são sempre maiores que a tal SELIC,
não é mesmo?), pode também achar que o dólar é algo que afetará apenas seus
planos futuros de conhecer o Mickey em Orlando, ou ainda, que o crescimento do
PIB não significa muita coisa – afinal, você tem um emprego e consome como
antes, não? Os brasileiros em geral tendem a reconhecer apenas um perigo quando
falamos de índices macro: a velha inflação.
Pois é, todo mundo
sabe dizer como a inflação impacta sua vida. Você vai ao supermercado e lá
está aquela sensação de que a cada dia você compra menos com mais. A
percepção de que algumas variáveis são grandes e complexas demais para de
fato impactarem seu bolso é compreensível. Ainda mais quando vemos na televisão
ou nos jornais inúmeros economistas bradando sobre os benefícios de ter um
dólar mais caro em relação ao real. “A indústria agradece”, eles dizem. “O
setor agrícola vai exportar mais”. “Ficaremos todos mais ricos”.
Possivelmente você
está se perguntando – “como é possível que todos possamos ficar mais ricos
quando nossa moeda vale menos, quando temos um menor poder de compra?”. Não são
raros os economistas preocupados em vender e exportar mais, nem que isso
signifique menos consumo dos cidadãos. A ideia por trás desta teoria é a de que
o dólar elevado e o real desvalorizado servem como um agente para ampliar a
produtividade do país. Em um mundo onde tarifas de importação não podem ser
elevadas livremente por conta de acordos comerciais, o dólar e os impostos
internos serviriam como um protetor da indústria nacional.
E é justamente neste
aspecto do mundo globalizado que o dólar mais impacta a sua vida. Imagine que
uma empresa como a JBS – sim, aquela mesmo daquele ator que vive pulando de
açougue em açougue na televisão – tenha o direito de escolher entre vender no
mercado brasileiro ou exportar com dólar a R$ 4 e ganhar pela mesma quantidade
produzida o dobro do que ganharia vendendo com o dólar a R$ 2. Parece claro que
ela preferirá exportar, reduzindo a quantidade ofertada no mercado
nacional. A consequência? Menos carne à venda no Brasil sem queda na
demanda – ou seja: preços maiores.
Os efeitos do dólar,
entretanto, vão bem além disso. Inúmeros produtos têm seus preços determinados
em dólar, pois possuem características comuns em todos os locais onde são
produzidos e podem ser trocados ao redor do mundo sem grandes problemas. Estes
bens, chamados de commodities, são cotados nas bolsas de valores
por todo mundo – como a Bolsa de Chicago, a Bolsa de Londres ou a Bolsa de
Mercadorias e Futuros no Brasil. Você pode produzir café na Bolívia e vender
pela cotação na bolsa brasileira. Isto significa que o mundo inteiro determina
os preços baseados em fatores alheios à realidade econômica de cada país, mais
centrados na sua capacidade de produzir. Se uma seca atinge a Austrália, por
exemplo, o preço do trigo dispara. Uma menor oferta e a mesma demanda? Eleva-se
o preço.
Dentre os bens e
produtos cotados em dólar que afetam diretamente seu dia a dia, o trigo é
provavelmente o principal. O Brasil produz atualmente 5 milhões de toneladas e
consome 11,5 milhões. Estes 6,5 milhões, portanto, que servem para produzir
pães, massas e biscoitos, são comprados do exterior, em dólar. Uma tonelada
deste trigo hoje é vendida a US$ 250. Agora imagine que 1 dólar esteja cotado a
R$ 2, e depois faça a mesma conta com o dólar a R$ 4 e – voilá! – o preço
dobrou e a quantidade é a mesma. Agora repita esta operação para boa parte dos
alimentos que você consome e o impacto ganha um rosto visível. Depois disso,
lembre-se que o combustível vendido pela Petrobras, e que serve para
transportar qualquer dos bens que você consome, também é cotado em dólar.
A alta do dólar,
porém, não lhe afeta apenas de forma direta. Inúmeros fatores de médio e longo
prazo pesarão no seu bolso. Imagine que você é um empresário e quer ampliar a
sua produtividade. Comprar aquela máquina alemã que produz o dobro na metade do
tempo ficará agora mais caro, talvez inviável. Você certamente terá de repensar
seus custos e, quem sabe, deixar de investir. O mesmo acontece com empresas que
captam dinheiro no exterior. Como já mencionamos antes, o fato dos juros no exterior
serem de 4% ao ano faz com que inúmeras empresas prefiram se endividar em dólar
e investir no Brasil, algo que fica inviável com o real desvalorizado, pois os
custos da dívida crescem. No médio prazo, com milhares de empresas tomando o
mesmo caminho, a produtividade da economia sofre um duro impacto. Como seu
salário está invariavelmente ligado à produtividade, você já deve ter entendido
neste ponto do texto que pagará por essa conta.
Por parte do
governo, os custos são claros. Boa parte da nossa dívida, apesar de vendida em
reais, tem investidores estrangeiros como compradores. Desta forma, com o real
desvalorizado, fica mais atraente investir nos Estados Unidos, e não aqui. Com
a instabilidade decorrente da alta, o chamado “risco Brasil” cresce, e com ele
os juros necessários para que o governo e as empresas paguem ao se endividar no
exterior. Com o custo da dívida em alta, você verá com maior frequência o
ministro da Fazenda na TV anunciando novos cortes para tentar “equilibrar
as contas”, entre uma propaganda e outra dos comerciais nos açougues. Claro, o
impacto será em boa parte lento e gradual – você dificilmente sentirá isso
abruptamente no seu dia a dia, e quando sentir, provavelmente não associará uma
coisa a outra.
Mas então, qual o
preço ideal do dólar? Em teoria, deveria ser aquele que equilibra oferta e
demanda – que permitisse a você conhecer o Mickey, comprar aquele PS4 que
trabalhou para ter e ainda possibilitasse as empresas brasileiras a
ampliarem suas produtividades e oferecerem bens e serviços por um preço justo.
Esse é o cenário ideal. Exceto se você for um empresário ligado à FIESP e
estiver interessado em lucrar com o fato do Brasil ser o país que menos pratica
comércio exterior no mundo. Neste caso, ter um mercado cativo é bom para você –
e quanto à alta do dólar, o céu é o limite!
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